terça-feira, 2 de março de 2010

Maria Luz e Sabedoria

Em setembro de 2009 eu passei na Estação da Luz e fiquei paralisado com o que vi. Lá estava instalado um piano e a minha maior surpresa foi que qualquer transeunte podia parar e tocar. Eu parei, mas não toquei, fiquei tocado. Um jovem humilde, pobre, talvez morador de rua, tocava e encantava. Como sou apreciador de boa música, logo percebi, não era um teórico, tratava-se de um talento inato. Aquele jovem, que provavelmente não tinha muito o que fazer, devia passar sempre por lá e esquecer a sua dor ouvindo os acordes que ele mesmo inventava. A sua abstinência era suplantada por uma harmonia que aquela caixa de madeira ressoava. Fiquei hipnotizado sim! Senti vontade de bater palmas quando ele tocou a última nota. Entre uma frase e outra, pessoas andavam rapidamente, lentamente, paravam, voltavam, ficavam um pouco e desistiam. Parecia que inconscientemente imitavam aquela música sem lógica, inédita, autoral, livre de estereotipo, única.
Registrei com a lente do meu celular e ainda ouço aquela melodia. Se pudesse nomeá-la, assim a chamaria "Maria Luz e Sabedoria".

Segue o link com a foto:

www.twitpic.com/164lft

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